quarta-feira, 13 de março de 2013

"Rodinhas" de moradores na portaria

Nesta quarta-feira (13) no programa Jornal Gente na Rádio Bandeirantes, ouvi o jornalista Rafael Colombo comentando sobre uma situação que ele presencia no condomínio onde reside e que é razoavelmente comum de ser presenciado que é morador ou moradores que fica(m) parado(s) na guarita conversando com o porteiro, tirando a atenção do funcionário e colocando em risco a segurança do condomínio. O jornalista comentou que há uma placa proibindo a permanência de moradores naquele local mas não é respeitada e que há até mesmo aqueles que dizem "pago o condomínio e fico onde quiser" . Essa situação, repito, é comum e por isso peço licença para "pegar o gancho" e comentar. Antes de mais nada é preciso esclarecer que o síndico não tem poderes para criar ou decidir proibições. Tais regras devem constar na convenção e/ou regimento interno. Portanto, se essa regra não existe nos citados documentos o síndico não tem o direito de proibir por mais óbvio e lógico que possa parecer a sua ação como é o caso mencionado onde existe um claro prejuízo ao trabalho do porteiro ou vigilante. O que pode ser feito na hipótese da proibição não existir nas regras internas é uma campanha por parte da administração com a distribuição de circulares SOLICITANDO aos moradores que não fiquem naquele local, além da colocação de placa PEDINDO para que isso não aconteça. Mesmo assim, se alguem resolver parar e conversar com o porteiro, o síndico não pode tomar nenhuma atitude a não ser conversar "com jeito" com o morador e pedir o bom senso. O que o síndico pode e deve fazer é proibir o porteiro de conversar com os moradores. Deve-se orientá-lo para que ele informe ao morador que não pode conversar e que peça para que ele não fique no local para não prejudicá-lo. A médio prazo, o síndico deve promover uma assembléia para revisão e atualização do regimento interno para que nele seja inserida a proibição necessária. 'A partir da existência de tal regra, aí sim ele poderá advertir o morador infrator e até multá-lo na reincidência. Mas se o porteiro tiver a ação pró-ativa de informar que não pode conversar e o morador perceber que ficará falando sózinho, certamente o problema ocorrerá com menor frequência. Repito: síndico não pode criar proibições por vontade própria; ele deve seguir o que determinam as regras internas e óbviamente, e acima de tudo, as legislações municipais, estaduais e federais. No caso específico acima citado, se não houver a proibição deve-se apelar pedindo o bom senso dos moradores. Não é fácil, mas é o que se tem !

segunda-feira, 11 de março de 2013

Extintores de incêndio

Como sempre ocorre no Brasil, quando há uma grande tragédia parte da mída trata de transformá-lo em espetáculo pra puxar audiência e muitas vezes leva ao público mais desespero do que informações e/ou serviços. A moda do momento é a "prevenção contra incêndios" e o mais fácil de ser comentado é sobre extintores de incêndio. Estão mostrando quais os tipos de extintores, onde eles devem ser colocados, etc... e até as mangueiras e hidrantes. Mas o que deixam de mostrar é o desinteresse dos moradores quando convidados a participarem dos treinamentos nas brigadas de incêndio. Geralmente não aparece ninguem e o treinamento ocorre apenas com um ou dois funcionários do condomínio. Aliás, é reflexo de um quadro que ocorre em todas as áreas: grande parte das pessoas não participam, não se envolvem, esperam que outros façam por elas (naquele pensamento do "tem alguem pra brigar por mim") mas quando ocorre algum problema não deixam de criticar, de reclamar, de acusar, de reivindicar. Na ocasião das assembléias, essa situação fica muito evidente: a média de participação fica entre 15 e 20 % no máximo, e isso porque são reuniões para se discutir problemas que envolvem diretamente todos os moradores, fatos que fazem parte da rotina diária, mas mesmo assim é apenas uma minoria que participa, e uma minoria menor ainda que se propõe a colaborar em alguma ação. Eu já tive casos de princípio de incêndios em prédios onde os extintores só foram utilizados pelo primeiro funcionário que chegou ao andar, ou seja, ninguem tomou a iniciativa de pegar um extintor e combater o fogo, provavelmente se apressaram a proteger o que lhe pertence enquanto aguardavam a chegada de alguem esquecendo-se de que na hipótese do fogo se alastrar por todo o edifício o seu apartamento seria afetado. Mas as reportagens sobre esse tema, como sempre, são temporárias; o assunto vai se esgotando, o "espetáculo" vai perdendo o interesse, até que uma próxima tragédia midiática aconteça: uma queda de avião, o desabamento de um edifício, um tiroteio dentro de uma escola, uma avalanche num morro soterrando várias casas , etc.... O Show não pode parar !

sábado, 9 de março de 2013

Para quê complicar ?

Entender o que é e como lidar com um condomínio é algo tão simples e muitos por má vontade ou por falta de informações acabam transformando esse tema num "cavalo de batalha" insano. Para ser didático, apesar de simplista, costumo dizer que para entender como tudo funciona basta comparar com aquele almoço em família ou festa entre amigos onde um ou alguns se encarrega(m) de providenciar tudo para depois cobrar a cota de cada participante deixando disponível recibos e notas-fiscais para comprovar os gastos. Em condomínio é assim, com a vantagem de haver uma reunião entre os interessados (a assembléia) onde se determina o quanto poderá ser gasto. Além disso, há a rotina da convivencia interna e da utilização dos espaços em comum que é regrada por regulamento discutido e aprovado pela maioria tambem em reunião onde deixa-se claro o que pode ou não ser feito e as punições para quem não obedecer. Tudo isso amparado pelo código civil em seus artigos de 1.331 'a 1.358 onde ficam determinados os direitos e deveres de quem vive em e com condomínios. Mas uma grande parte dos que convivem nos condomínios ainda não se habituaram 'a convivência dentro de limites, com o respeito aos direitos dos outros. Ainda persistem no equívoco de exigirem os seus direitos esquecendo-se de muitos de seus deveres, o quê, aliás, é reflexo da sociedade como um todo principalmente no Brasil. Questão de cultura, de educação, de civilidade. Viver, conviver e "sobreviver" em condomínio é fácil. Pra quê complicar ?